quarta-feira, outubro 05, 2005

Não é pecado, não é pecado!...

Tive a má sorte de assistir, nesse último sábado (1/10), o último capítulo da novela de Miguel Falabella. Não sou tevente de canais abertos. Neste capítulo, a personagem de Patrycia Travassos tentando ajudar um casal gay, contou uma estorinha na qual um gay chegava no Céu e encontrava seus colegas comemorando o fato de lá estarem, descobrindo que não havia pecado algum em seus desejos homossexuais, e gritavam felizes numa nuvenzinha colorida: "não é pecado, não é pecado!". Não sou homofóbico e, indo contra a opinião corrente no meio cristão, sou favorável à legalidade da união homossexual, mas cada coisa deve ter e estar no seu devido lugar. Não podemos oprimir o pecador e retaliar seus direitos civis, transferindo para o Estado a obrigação exclusiva da igreja de combater o pecado. A igreja imperial amancebou-se do poder público e lá vai a igreja pós-moderna cometendo o mesmo desatino. Queremos catequizar o Estado, mas quando ele imiscuir-se em nossas doutrinas, gritaremos que deve ser laico. Creio que a igreja é mesmo o órgão competente para mudar esse país, mas não por meios legislativos. Não foi esse o exemplo que Cristo nos deixou. Por outro lado, a insistência em afirmar que a conduta homossexual não é pecado me irrita deveras. Se o indivíduo deseja permanecer no homossexualismo deve abrir mão dos ideais de Deus e seu Reino. Não se pode absorver uma doutrina em parte. Se compreendo que Deus existe e quer se relacionar com o homem, devo também compreender que nomina-se pecado tudo que o desagrada, tudo que lhe é abominável, e por conseguinte não habitarão com ele aqueles que vivem na prática do pecado. Se o indivíduo quer levar sua vida no homossexualismo que o faça, mas desista das ideias de deus, pecado, céu e inferno. “Dois proveitos não cabem num saco só”. Se Deus não existisse, eu mesmo faria muitas coisas que gostaria. Não faço porque entendo que agradar a Deus e obedecê-lo é mais importante que me satisfazer. Entendemos que Deus ama o pecador, mas não aceita sua conduta pecadora e que, com ele, no fim dos dias, só vão estar aqueles que crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências (Gálatas 5.24). Marcelo Belchior 10.05