sábado, maio 09, 2009

A multidão só quer o pão

Este texto é parte de tema desenvolvido em: http://depitaco.blogspot.com/

Cada um tem o que busca. Há quem busque ser tosquiado. Há quem engorde muito com carne de ovelha magra.
O grande 'problema' do Evangelho de Cristo é sua insistência na afirmativa da necessidade do homem em relacionar-se com Deus por meio de seu filho. Relacionamentos exigem, inexoravelmente, vínculos e comprometimento, e eis aí nosso grande entrave com o cristianismo. A sociedade pós-moderna não lida bem com compromissos e concomitantemente é profundamente mística.
Misticismos se constroem com crendices que se sustentam pela ignorância. Entende-se, portanto, porque tanto sucesso fazem as religiões de mercado. Pirâmides, duendes, cristais, incensos, anjos, cores, luzes e afins são capazes de curar, dar paz, trazer sucessos, proteger, consertar erros e mudar realidades incômodas, sejam elas quais forem, sem requerer nenhum compromisso de quem delas se utilizem.
Diante dessa realidade, as religiões concorrentes precisam recuperar o fôlego perdido. Se há uma pessoa – a pessoa -, haverá relação e compromisso, e isso é demasiadamente cansativo, a menos que se ofereçam bônus, pontuação e milhagem por fidelidade. Portanto, já é possível ser evangélico sem Cristo. Heureca! É isso que se busca. Sim, até queremos Cristo! Só precisamos saber que vantagem teremos.
Ninguém quer ouvir que Deus não lhe deve nada, que está no Céu e que faz tudo que lhe apraz. Queremos um Deus semelhante a nós: manipulável. Só precisamos encontrar quem, manipulando-nos, prometa-nos manipulá-lo. As palavras de Cristo são demasiadamente enfadonhas se não devidamente retificadas por um bondoso manipulador. Só ele saberá açucarar um fardo não tão leve assim. Sim, eis nossa lã! Eis nossos dízimos, nossas ofertas e oferendas, nossas “primícias”, nossos “desafios”, nosso dinheiro e tudo mais que se exija – dá-nos tão somente o poder de controle sobre a divindade que tudo pode, mas que tem a péssima mania de querer mudar-nos e fazer-nos semelhantes a ele.

Primeiro, morrerão os mais próximos aos chiqueiros

Este texto é parte de tema desenvolvido em: http://depitaco.blogspot.com

Noventa por cento de chance de sobrevivência. Queria ver a ministra Dilma ter as mesmas chances caso possuísse o mesmo seguro de assistência médica que eu: Golden SUS.
O que assusta não é a certeza de que gripe A vai desembarcar em nosso protegido território brasileiro, mas a de que nossos governantes continuarão inertes frente às necessidades de um investimento sério no sistema de saúde pública, independente da pandemia que se apresente. O que assusta de verdade é saber o tipo de “medicina” que nós, que não estamos na Casa Civil, disporemos. O coágulo está de um lado, e os médicos operam do outro. Interna-se a mãe e ganha-se uma estranha para levar para casa e cuidar. Imagine essas mentes brilhantes diagnosticando uma variação do influenza H1N1.
Cedo ou tarde, a humanidade será dizimada. Ira de Deus? Não, mas o cumprimento de sua Palavra no abrir dos selos, no tocar das trombetas e no derramamento das taças do Apocalipse que, certamente, tragarão primeiramente os desfavorecidos.