quarta-feira, novembro 04, 2009

Velha novidade que se renova

Fábio Teixeira
A palavra evangelho já traz em si a alma da novidade. Evangelho é boa nova, a boa noticia, a agradável novidade que estava oculta dos séculos e das gerações: Cristo em nós, a esperança da glória. Jesus é o Evangelho. A boa mensagem não é um compendio teológico ou um pensar sobre o amor de Deus. Jesus, em pessoa, é a boa nova. Ele não é um credo, mas crer nele é vida eterna. Ele não é um código de ética, mas andar nele e ser como ele, é viver no caminho do certo. Então tudo se simplifica, já que, se ele é o Evangelho, pregar o Evangelho é pregar ele, e, antes disso, viver o Evangelho é buscar ele como molde, alvo, objeto e objetivo da carreira da fé. Isso é simples, já que a imagem do modelo Jesus é clara, está posta diante de nós nos evangelhos e em todo o Novo Testamento.
Tudo é simples demais. Viver o Evangelho é atentar para o Senhor Jesus, o Evangelho vivo, e para o que ele nos ensinou, mas tudo feito em amor, porque se não for em amor, na prerrogativa da liberdade de escolher a ele, não é Evangelho de Cristo, pois esse se cumpre em amar a Deus sobre tudo, e ao outro como a si mesmo. Fora disso, fora do amar, toda prática pode ser apenas evangélica, mas nunca o viver o Evangelho e para o Evangelho. Perdoar o ofensor, não julgar ninguém, tirar a estaca do próprio olho antes de querer arrancar o pequeno grão dos olhos do irmão, ver o outro superior a si mesmo, é servir, é amar, são os atos de justiça do Reino e toda a liberdade doce e transformadora, santa e simples que Jesus nos ensina a viver. É tudo simples, nada engessado, tudo muito livre e nada muito novo. É o ser mais humano e não o ser mais religioso. Simplesmente isso.
Não estranhamente, essas palavras podem soar novidade. Sei que parecem ser diante da velharia religiosa, legalista e empoeirada das instituições, mas não são novas, são apenas as Boas Novas. Também não são ultrapassadas, pois a Verdade se renova sempre na misericórdia renovável do amor de Deus em Cristo revelado.
Vivamos o Evangelho que não é nada novo, mas capaz de fazer tudo na vida virar novidade de vida.