terça-feira, julho 17, 2007

"Meu sonho de consumo não
vai me consumir"

Seja feliz num carro X! Peça já o seu cartão Y Platinum! Venha para o Residencial Z e descubra o prazer da vida! Compre! Possua! Ostente!
O vencedor, o que alcança sucesso, é aquele que trafega num carro de luxo, que tem talão de cheques exclusivo do banco que só aceita ser chamado de bank, que mora num desejável bairro, num imóvel caro e mobiliado com tudo que tenha botões luminosos, detalhes cromados ou acabamento em aço inox escovado. É dessa forma que assimilamos, diariamente e por todos os poros, que a felicidade consiste no prazer dos bens. A massificação é tanta que mesmo uma mente consciente pode falhar e permitir que as emoções sejam tomadas.
Acabei de ler "Bens e bênçãos" em Ponto Final, coluna de Rubem Amorese, em Últimato, e pude notar que não sou o único ingrato incitado pelo mundo à insatisfação pelos desejos de aquisição não realizados. Basta deixar levar-se pela carne um instante, e logo agimos segundo o curso deste mundo, tornando-nos insensíveis às muitas bençãos de Deus. Rapidamente esquecemos da grandeza que há na companhia dos amigos, dos irmãos, e da mulher e filhos com quem dividimos os dias. Perdemos o prazer no teto sob o qual dormimos em paz, na comida à mesa, na água limpa para se banhar e beber, nas roupas limpas, na profissão, emprego e salário conquistados; na lua, nas estrelas e na aptidão dos olhos em vê-las; nos dias de sol ou de chuva que refrescam as ruas nas quais podemos andar e correr livres de correntes, muros ou carcereiros.
Na verdade, meu irmão Rubem, eu também cochilei, mas acordado pela comunhão contigo, pude lembrar que o coração do ganancioso desfalece por aquilo que não tem, mas coração do sábio se alegra na esperança e na gratidão.

"Seja a vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei." Hebreus 13.5

O título é trecho da música “Meu verso tem poder” – Pregador Luo